Jogos Vorazes #3
Editora: Rocco
Páginas: 421
Depois de sobreviver duas vezes à crueldade de uma arena
projetada para destruí-la, Katniss acreditava que não precisaria mais de lutar.
Mas as regras do jogo mudaram: com a chegada dos rebeldes do lendário Distrito
13, enfim é possível organizar uma resistência. Começou a revolução. A coragem
de Katniss nos jogos fez nascer a esperança em um país disposto a fazer de tudo
para se livrar da opressão. E agora, contra a própria vontade, ela precisa
assumir seu lugar como símbolo da causa rebelde. Ela precisa virar o Tordo. O
sucesso da revolução dependerá de Katniss aceitar ou não essa responsabilidade.
Será que vale a pena colocar sua família em risco novamente? Será que as vidas
de Peeta e Gale serão os tributos exigidos nessa nova guerra? Acompanhe Katniss
até o fim do thriller, numa jornada ao lado mais obscuro da alma humana, em uma
luta contra a opressão e a favor da esperança.
Cuidado, esta resenha pode conter
spoilers dos volumes anteriores, “Jogos Vorazes” e “Em Chamas”.
Eu começo essa resenha e, sinceramente, ainda não sei o que
pensar sobre “A Esperança”. Logo que comecei a ler o livro, percebi que não demoraria
mais de dois dias para chegar ao final. E isso me entristeceu, mas a
curiosidade falou mais alto. Eu li desenfreadamente, e quando virei a última
página, pensei: não acredito. Já acabou? Eu falei no twitter, e repito: acho
que não me sentia tão vazia assim desde que assisti ao último filme da saga “Harry
Potter”.
Em “A Esperança”, Katniss tem que lidar com o fato de que
suas ações nos Jogos Vorazes foram a fagulha que os distritos precisavam para
se rebelarem e passarem a lutar pelos seus direitos. Após o Massacre
Quartenário, ela foi resgatada e passou a viver no Distrito 13 com Gale, sua
mãe e Prim, sua irmã. Ainda assim, ela não consegue parar de pensar em Peeta,
que ficou nas mãos do presidente Snow e da Capital – sem saber se ele está
vivo, se está sofrendo, o que está sentindo... É uma tortura.
Mas Katniss precisa ser forte, porque ela precisa ser o tordo. Ela precisa ser a imagem da
revolução, a inspiração dos distritos, a voz da revolta. Katniss tem que ajudar
na luta, e acabar com o presidente Snow é tudo o que ela mais quer – pelos distritos,
por Cinna... Por Peeta. Mas como ignorar o fato de que o seu “amante” pode
estar sendo torturado enquanto ela grava “comerciais” que irão ao ar nas
televisões de todos os distritos, e inclusive até na Capital? Não é fácil, mas
é necessário. Ainda mais quando Peeta aparece na TV, dizendo que a guerra não é
necessária, que muitas pessoas morrerão... Ela precisa proteger seu amigo,
custe o que custar.
Katniss, junto com Gale e outros “soldados”, vão batalhar
pela sobrevivência dos distritos, por um mundo mais justo, por seus entes
queridos, pelo fim dos Jogos Vorazes, pela morte do presidente Snow, por
vingança aos amigos que foram alvo das garras cruéis da Capital... Por si
mesmos. E quando tudo parece perdido, quando uma das pessoas que ela mais ama
foi tirada de si, será que Katniss se manterá inteira? Será que ela ainda terá
a chance de escolher quem é o amor de sua vida? Será que ela poderá viver uma
vida tranquila no seu distrito, após o fim da guerra, longe de todo o mal,
tentando apagar o passado sombrio que a atormenta? Será?
Não é fácil dizer minhas impressões sobre “A Esperança”.
Ainda estou balançada, sem saber se gostei ou não, se concordo com o final, se
esperava mais, ou tive o suficiente. Posso dizer que o ritmo da narrativa é tão
bom quanto o dos volumes anteriores, e que todas as personagens que aparecem
tem uma importância na estória – algo que eu amo na escrita da Suzanne. A
Katniss se superou como protagonista; amadureceu muito, tomou as decisões
necessárias, e é digna de admiração. Outra coisa que eu adorei: não dá pra
saber o que acontecerá. Eu tinha apenas um spoiler, porque me contaram (eu que
pedi), mas tirando isso, não fazia a mínima ideia de quem ficaria vivo, quem
ajudaria, quem atrapalharia os planos do Distrito 13. E isso é ótimo, pois
apenas instiga o leitor a continuar, até acabar o livro.
O ritmo vai diminuindo à medida que o livro vai chegando ao
final. A estória já toma um rumo certo, e a leitura é mais calma, apenas de
melancólica. Tanto pela estória quanto por você saber que está chegando ao
final. Não posso dizer para vocês que gostei do par final da Katniss, nem que
não gostei. Eu simplesmente não sabia (e ainda não sei) com quem eu queria que
ela ficasse, então não tenho uma opinião sobre isso. Fiquei super triste com a
morte de alguém especial, mas acho que ela foi necessária, o gatilho para
alguns acontecimentos importantes.
Em suma: estou triste por ter terminado a trilogia, gostaria
que a escritora escrevesse algum epílogo ou algo mais que falasse sobre a
Katniss e o seu par, apesar de saber que isso não acontecerá, pois Jogos Vorazes acabou. Mas também estou
contente por ter tido a oportunidade de ser essa série ótima, muito bem
escrita. Sem contar que ainda tem os filmes – que eu espero que sejam tão fieis
quanto o primeiro foi. Minha dica é: leiam a trilogia. Por mais que vocês
queiram devorar o livro, tomem o seu tempo, adiem o máximo possível a leitura
do último... Porque no final, valerá a pena.
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