sexta-feira, 27 de julho de 2012

Resenha: O Amor nos Tempos do Blog

O Amor nos Tempos do Blog, por Vinicius Campos
Editora: Cia. Das Letras
Páginas: 96
Ariza tem treze anos, acabou de chegar à nova escola e já está perdidamente apaixonado. Para expressar o seu amor, além de tudo o que vive e sente, ele decide escrever um blog, “porque escrever [...] é a única maneira que encontrou para fazer com que os outros o escutem”. Lá, ele pode falar livremente sobre a garota de sorriso encantador que encontrou na biblioteca da escola, quando ia devolver O amor nos tempos do cólera, sua leitura de férias de que tanto gostou. Assim começa a trama de O amor nos tempos do blog, um romance que se constrói de blog em blog, em que, depois de muitos desencontros, três histórias se cruzam, culminando em um final surpreendente. Além do blog de Ariza, há também o da Deusa Cibernética, uma garota que, segundo sua própria descrição, é divina, divertida e popular, gosta de frequentar o shopping com as amigas e está sempre de olho no menino mais gato do momento, e o de Cinderela Virtual, “uma adolescente que acredita no amor”, não liga para a aparência e espera encontrar o seu príncipe encantado. É a linguagem rápida e dinâmica da internet que une os três personagens desta história e vai aos poucos revelando semelhanças e ligações inesperadas entre estes três adolescentes aparentemente tão diferentes, com características muitas vezes opostas e particularidades que se revelarão só ao fim da narrativa.


Para começar esta resenha, peço que não leiam a sinopse (se já não leram) antes de ler meu resumo e o meu comentário. Estou pedindo isso porque o livro é curtinho (portanto, a estória também é), e esta sinopse está grande demais – e provavelmente reveladora demais, também.

“O Amor nos Tempos do Blog” é narrado, é claro, em forma de posts (e comentários) em blogs. São três blogs no total: Ariza em Silêncio, Deusa Cibernética e Cinderela Virtual. Através dos posts nestes blogs, e de seus respectivos comentários, nós conhecemos “Ariza”, um garoto pré-adolescente, novo na escola, que adora ler e ficar quietinho no seu canto. Um dia ele vai à biblioteca da escola devolver o livro “O Amor nos Tempos do Cólera”, que ele leu nas férias, e fica encantado por uma garota que estava sentada em uma das mesas. Ele posta isto no seu mais novo blog, e recebe um comentário da Cinderela Virtual. A cada encontro que Ariza tem com a garota, ele faz um post, e a Cinderela sempre o incentiva a falar com ela, mas o garoto é muito tímido.

Um dia Ariza decide agir, e deixa uma carta na mesa da garota pela qual ele já está apaixonado. Já em outro dia, a garota entrega um bilhete a ele, pedindo para encontrá-la em um cinema. E Ariza acaba sofrendo uma grande decepção, a qual ele relata em seu blog. Desacreditando no amor, o garoto fica ainda mais recluso, e é quando a Cinderela Virtual lhe passa o link do blog da Deusa Cibernética, para que Ariza fique sabendo de toda a verdade por trás do “encontro” desastroso.

O livro é curtinho, a estória é rápida, assim como a narrativa. Ariza e Cinderela são encantadores, ambos tão fofos! E a Deusa... Bem, não posso comentar nada sobre ela, já que sua identidade deve ficar em segredo. “O Amor nos Tempos do Blog” é um livro leve, daqueles que você lê em cerca de uma hora. O fato de ele ser narrado em forma de posts e comentários só o torna mais interessante ao leitor, que não consegue parar até descobrir toda a verdade sobre quem é a amada de Ariza.

A estória pode parecer bobinha, mas é por ela ser tão simples e parecer tanto com um “conto de fadas” que eu gostei de ler “O Amor nos Tempos do Blog”. Não há heróis, não há fantasia, não há drama em excesso... Para compensar o fato de que o final é um pouco óbvio, o autor colocou na estória algumas revelações bem surpreendentes – as quais o leitor nem imaginaria. E a diagramação, então? Muito bem feita! Este ponto a Cia. Das Letras ganhou comigo.

Por fim, deixo a minha indicação deste romance fofo, que você pode ler quando quiser escapar das leituras maiores, tediosas e/ou obrigatórias... Ou quando não tiver outra coisa para ler. Ou quando quiser “matar um tempo”. Ou simplesmente porque a capa te encantou e você ficou doida para saber como seria a estória – este foi o meu caso. Simplesmente leia, porque vale a pena.

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